a poesia criou meu mundo
quinta-feira, 19 de maio de 2011
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Presentes da Minha Querida Marida Estrela Juju.
Sessão Alice Ruiz
Santíssima Trindade
O Pai é o corpo.
O Filho é a mente.
O Espírito é santo
se cuida bem
do pai e do filho.
Amém.
Sem receita
Primeiro, lenta e precisamente,
arranca-se a pele
esse limite da matéria.
Mas a das asas melhor deixar
pois se agarra à carne
como se ainda fossem voar.
As coxas, soltas e firmes,
devem ser abertas
e abertas vão estar
e o peito nu
com sua carne branca
nem deve lembrar
a proximidade do coração.
Esse não.
Quem pode saber
como se tempera um coração?
Limpa-se as vísceras,
reserva-se os miúdos
para acompanhar.
Escolhe-se as ervas,
espalha-se o sal,
acende-se o fogo,
marca-se o tempo
e, por fim, de recheio,
a inocente maçã,
que tão doce, úmida e eleita
nos tirou do paraíso
e nos fez assim:
sem receita
Sessão Martha Medeiros
"E amigo é isso: aquele que a presença conforta sem precisar de muito gesto ou dramatização."
"Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo."
segunda-feira, 26 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
"Não implica em decisões, apenas em paciência"
"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência"
Do sempre Caio F.
Imagem de Jacek Yerka
sexta-feira, 17 de julho de 2009
País de Gales depois da primavera
Vi um mar suspirando à tardinha
era um mar suspirando
à tardinha um mar
nada chorava e
todo violão adormecia só de cansaço
vi um mar à tardinha
suspirava como se suspirasse
à tardinha inarejando
se remexia o ar recém-ventado
re-inventado pelos suspiros do mar
vi à tardinha um mistério sem nenhum enigma
era um mar se espreguiçando por cima da areia
Rhoose 30.08.69
Ana Cristina Cesar
quinta-feira, 16 de julho de 2009
"Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio."
Clarice Lispector
terça-feira, 9 de junho de 2009
3 gerações em consonância
"Ao telefone a poesia
Ouço as palavras dizerem que estamos pensando
Na mesma coisa – Não!
Os três barcos, pontes, táxis e choros
Somem diante da voz mole,
Bonita e comovente como ondas.
Só que sonoras."
A poesia acima é o resultado de 3 mulheres, de 3 gerações, em consonância.
A voz no telefone era minha, a poesia que eu lia era da Ana C., o resultado é dela que me pediu anonimato.
Meu coração fica feliz! E cheio de amor por nós.
Amo-nos!